País
Portugal
Cidade / Região
Peniche / Leiria
Data da construção
As obras de fortificação iniciaram-se em 1557/58 com o Fortim Redondo, mas o desenvolvimento principal da fortaleza abaluartada ocorreu nos séculos XVII e XVIII, com adaptações posteriores, nomeadamente no século XX para funções prisionais. Esta longa história construtiva, que incorpora influências teóricas renascentistas (Albrecht Dürer no Fortim Redondo, Sebastiano Serlio na Porta do Palácio do Governador) e desenvolvimentos barrocos, indica uma evolução complexa, adaptando-se a diferentes estilos e necessidades defensivas ao longo de séculos.
Estado de conservação
Classificada como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 28 536, de 1938. Foi reabilitada para uso museológico, com recuperação de várias estruturas como o Parlatório, o Fortim Redondo, as muralhas da frente marítima e a Capela de Santa Bárbara.
Latitude e Longitude
39°21'11"N 9°22'52"W
Características principais
Trata-se de uma fortaleza com trasejado abaluartado correspondente à cidadela da vila e praça de guerra. A planta é poligonal irregular, adaptando-se à escarpa rochosa. É constituída por duas estruturas em redente (compostas por dois meios baluartes), um baluarte e respetivas cortinas, um fortim de planta circular (o Fortim Redondo, de 1557/58) e um revelim que protege a única porta de acesso. É cercada por um fosso aquático na frente de terra e pela escarpa rochosa na frente de mar. A fortaleza é complementada por uma frente urbana abaluartada que defende o istmo de Peniche, composta por um forte, quatro meios baluartes, um baluarte e cortinas. O sistema defensivo de Peniche articula-se ainda com os fortes da Berlenga e da Consolação e o fortim do Baleal. A estrutura foi adaptada a estabelecimento prisional a partir de 1807. É um importante símbolo da história contemporânea portuguesa por ter servido como prisão política durante o regime do Estado Novo. Atualmente, alberga o Museu Nacional Resistência e Liberdade. Inclui a Capela de Santa Bárbara. A sua transformação em prisão política e subsequente conversão em Museu Nacional da Resistência e Liberdade conferem à fortaleza uma carga simbólica extremamente forte, transcendendo o seu valor puramente militar ou arquitetónico. A sua preservação está, assim, intrinsecamente ligada à memória política recente de Portugal.
Fonte(s)
MUSEU NACIONAL RESISTÊNCIA E LIBERDADE - PENICHE. Fortaleza. [Online]. Disponível em: https://www.museunacionalresistencialiberdade-peniche.gov.pt/pt/fortaleza/. Acesso em: [Data de acesso].
MUSEU NACIONAL RESISTÊNCIA E LIBERDADE - PENICHE. Homepage. [Online]. Disponível em: https://www.museunacionalresistencialiberdade-peniche.gov.pt/. Acesso em: [Data de acesso].
PORTUGAL. Decreto n.º 28 536, de 18 de março de 1938. Diário do Governo, I Série, n. 63, 18 mar. 1938.
PORTUGAL. Ministério da Educação Nacional. Portaria, DG, 2.ª série, n.º 71, 1967.
PORTUGAL. Cultura - Gabinete do Secretário de Estado da Cultura. Portaria n.º 260/2017. Diário da República, 2.ª série, n. 173, 7 set. 2017.