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País

Portugal

Cidade / Região

Caminha / Viana do Castelo

Data da construção

Finais do século XVII (c. 1690). Esta data insere-se num período de reforço da defesa costeira minhota, posterior à Guerra da Restauração, face a ameaças persistentes de Espanha e de pirataria. Faz parte de um conjunto de fortificações semelhantes construídas na região nesse período, sugerindo um plano construtivo coordenado para reforçar a linha de fogo das fortalezas já existentes.

Estado de conservação

Classificado como Imóvel de Interesse Público (IIP). Foi desativado como estrutura militar, perdendo a sua guarnição permanente, por ordem da Junta dos Três Estados em 1716. Esta desativação relativamente rápida, menos de três décadas após a sua construção, pode refletir uma mudança nas prioridades estratégicas, uma diminuição da ameaça percebida (particularmente a espanhola) ou dificuldades económicas na manutenção de uma rede alargada de pequenas fortificações costeiras após o esforço inicial pós-Restauração.

Latitude e Longitude

41°47'51"N 8°52'25"W

Características principais

Apresenta uma planta estrelada composta por quatro ângulos salientes (redentes). Na face virada a terra, os ângulos maiores possuem guaritas nos vértices e unem-se por uma cortina onde se rasga a porta de acesso em arco de volta perfeita. Na face virada ao mar, os redentes são menores e flanqueiam uma bateria em meia-lua com plataforma a barbeta (plataforma aberta para a artilharia). O parapeito das muralhas possui merlões e canhoneiras. No interior, dois edifícios retangulares de um piso flanqueiam a praça de armas. A planimetria partilha a mesma conceção geral com os fortes da Areosa e de Montedor, na mesma região, levantando a hipótese de terem sido desenhados pelo mesmo engenheiro militar. Apesar das suas "pequenas dimensões", a estrutura e a capacidade defensiva permitem que seja classificado como uma "verdadeira fortaleza". Tal classificação sugere que a tipologia, na perspetiva da época ou dos catalogadores modernos, não dependia exclusivamente da escala física, mas também da complexidade do desenho abaluartado (planta estrelada, capacidade de fogo cruzado) e da sua função estratégica integrada num sistema defensivo regional.

Fonte(s)

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de. Alto Minho. Lisboa: [s.n.], 1987.

BATISTA, J. Mureles. Forte do Cão/Gelfa. Informação Arqueológica, Braga, v. 5, 1985.

FERNANDEZ NUNEZ, Estanislao. Teoria y proyeto sobre las fortificaciones militares al nuerte del Duero. Vila Nova de Gaia: Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia, 1987.

MOREIRA, Rafael. "Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar". In: História da Arte em Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1986. v. 8.

NOÉ, Paula. Guia de Inventário - Fortificações medievais e modernas. Sacavém: IHRU, IP, 2015. Versão 1.1. SILVA, M. Isabel. "Forte do Cão/Gelfa". Informação Arqueológica, Braga, v. 5, 1985.

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