Descrição
Um dos mais importantes portos da França no século XVIII, situado no rio Garona. Foi um centro crucial para o comércio de vinhos e desempenhou um papel significativo no comércio colonial, incluindo a trata de escravos, o que gerou grande prosperidade para a cidade.
Ano da Fundação ou da Fonte mais antiga
Origens na antiguidade romana (Burdigala). Atingiu seu apogeu comercial no século XVIII.
País (Estado ou Região)
França
Local
Bordéus, Gironde, às margens do rio Garona, a cerca de 100 km do Oceano Atlântico.
Estruturação
Porto fluvial/estuarino extenso ao longo da curva do rio (Porto da Lua). Desenvolvimento de cais monumentais no século XVIII (ex: Quai des Chartrons, Quai Richelieu). O distrito de Chartrons, inicialmente um faubourg (arrabalde), foi o berço do comércio internacional da cidade. Construção de armazéns especializados, como o Entrepôt Réel des Denrées Coloniales (Entrepôt Lainé), concluído em 1824, para produtos como açúcar e café. A construção da Pont de Pierre (1819-1822) marcou uma divisão física e funcional no porto. Desenvolvimento de avant-ports (portos exteriores como Pauillac, Blaye, Le Verdon) ocorreu principalmente a partir do final do século XIX e no século XX para acomodar navios maiores.
Anotações
Segundo maior porto negreiro da França, com cerca de 500 expedições documentadas, desempenhando um papel central no comércio triangular. Centro mundialmente famoso pelo comércio de vinhos da região. Atingiu o auge de sua prosperidade no século XVIII, impulsionado pelo comércio com as colônias das Antilhas (especialmente Saint-Domingue), negociando açúcar, café, índigo e escravos. Representava uma parcela significativa das exportações francesas (até 41% no final da década de 1780). A riqueza acumulada financiou a construção da fachada neoclássica dos cais e de numerosos hôtels particuliers (mansões urbanas) de negociantes e armadores. A Academia de Ciências de Bordéus promoveu concursos e debates sobre temas relacionados à raça e à escravidão em meados do século XVIII. A perda de Saint-Domingue e as Guerras Napoleônicas impactaram severamente o porto no início do século XIX, levando a uma reorientação para colônias africanas e asiáticas. O legado colonial e escravista da cidade tem sido objeto de crescente debate e memorialização nas últimas décadas.
Fontes
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