Descrição
Um dos mais antigos e importantes portos da Inglaterra, localizado no rio Avon. Foi um centro pioneiro no comércio com as Américas e um participante significativo na trata negreira atlântica, especialmente nos séculos XVII e XVIII, antes de ser gradualmente suplantado por Liverpool.
Ano da Fundação ou da Fonte mais antiga
Mencionado como porto comercial na Crônica Anglo-Saxônica em 1051 (Brigg Stow). Possivelmente ativo desde a época romana.
País (Estado ou Região)
Reino Unido (Inglaterra)
Local
Bristol, Sudoeste da Inglaterra, nos rios Avon e Frome, com acesso ao Canal de Bristol e ao Atlântico via Rio Severn.
Estruturação
Inicialmente um porto fluvial com cais ao longo dos rios Avon (Welsh Back, Redcliffe Back) e Frome. A navegação era dificultada pelas altas marés do Canal de Bristol e pela sinuosidade do Avon. Ancoradouros externos em Hungroad (Avon) e Kingroad (Severn) eram usados por navios maiores. No início do século XIX (1804-1809), foi construído o Floating Harbour através da escavação do New Cut para desviar o Avon e transformar o antigo leito do rio no centro da cidade em uma doca de nível constante. No final do século XIX, foram construídas docas em Avonmouth (1877) e Portishead (1879), mais próximas ao mar, para acomodar navios maiores. Possuía guindastes (um doado em 1475) e outras instalações de apoio. O Castelo de Bristol (normando) protegia o porto medieval.
Anotações
Foi o segundo porto mais importante da Inglaterra por séculos, depois de Londres, especialmente proeminente no comércio com a Irlanda, Península Ibérica, América do Norte (Virgínia, Terra Nova) e Caribe nos séculos XVII e XVIII. Foi um dos principais portos negreiros ingleses, com 2.108 viagens registradas entre 1698 (fim do monopólio da Royal African Company) e 1807. A Society of Merchant Venturers, uma poderosa guilda de mercadores fundada no século XVI, desempenhou um papel crucial na administração e desenvolvimento do porto a partir do século XVII. Foi um centro de construção naval importante, onde foram lançados navios pioneiros como o SS Great Western e o SS Great Britain de Isambard Kingdom Brunel no século XIX. Perdeu gradualmente a primazia na trata e no comércio atlântico para Liverpool devido a fatores como as limitações do rio Avon e talvez um menor dinamismo empresarial. O Bristol Archives possui um acervo documental rico sobre a história marítima da cidade.
Fontes
BRISTOL ARCHIVES. Bristol's maritime records - selected sources. [s.d.].; BRISTOL ARCHIVES. Ships, seamen and emigrants source guide. [s.d.].; BRISTOL BRANCH OF THE HISTORICAL ASSOCIATION. Merchants and Merchandise in Seventeenth-Century Bristol. 1968.; BRISTOL HISTORY.ORG. History. [s.d.].; DISCOVERING BRISTOL. Bristol as a trading port; Bristol's slave ships. [s.d.].; MINCHINTON, Walter E. The Slave Trade of Bristol with the British Mainland Colonies in North America, 1699-1770. In: ANSTEY, Roger; HAIR, P. E. H. (eds.). Liverpool, the African Slave Trade and Abolition. Liverpool: Historic Society of Lancashire and Cheshire, 1976. p. 39-59.; SORBONNE-UNIVERSITE.FR. Bristol in the Atlantic World. [s.d.].; THE NATIONAL ARCHIVES. Discovery: Bristol Archives. [s.d.].; VISIT BRISTOL. History of Bristol. [s.d.].; WELLS, Charles. A short history of the port of Bristol. Bristol: J.W. Arrowsmith, 1909.
